Remendar o coração no aroma da palha cortada… o inebrio do sonho adiado o sonho macio e agreste o odor a estio no ventre da terra mãe reformula-se o Outono reinventa-se o cultivo reinventa-se a primavera é bom colher o milho e assar massarocas e ver os filhos darem fruto do ventre da terra a ânsia da batata arada pelo suor e pela ausência no leito o frio dos lençóis e a imagem de sete sóis a pureza da saudade numa espiga de milho dourada pelas brasas a amargura do desencanto na ausência e no pranto a espiga doirada ao sol a brecha a brecha jorrando dor os grilos cantam no ribeiro o amor grita mudo sua dor, sua aflição nada em mim é afeição nada é mais que labor o estio grita sua dor de pranto nojento e inanimado mortificando o ser anulando o predicado do odor da palha cortada Delicadamente faz falta remendar o coração… Edite Gil (Registado no IGAC)
O vento mia a mágoa
com requinte gane pesar
mudos neste padecer.
Venham bobos e palhaços,
tragam todos os engaços
venham sem embaraços
seja mudo este beber!
Desfraldem armas, façam algazarras
soltem velas, abram garras
emudeçam o ensejo!
Venham fanfarras e farras
ledas vielas, tristes guitarras
…
eu só quero ser!
Edite Gil
(Registado no IGAC)
Na penumbra de sono
as confidências entre lençóis de sonho…
Da lareira
a luz mortiça do borralho morno,
na impotência do envelhecimento
do fogo crepitante,
conta a historia de dois escravos do viço do amor…
Ah!... demência feérica da virtude que apraz a loucura…
Em dois corpos desnudos
fundidos num ser maior
a façanha de maré
refulgindo o esplendor
portador da sublime assunção do carinho!...
…
Tenho que reaprender a rezar!...
Edite Gil
(Registado no IGAC)
Destituí a ilusão!
Abri o silêncio
que envolve o fumo da alma!
Casei a afinidade com a sensatez,
tal formosura de uma fonte
que, crédula de ternura pueril,
deleita um trompete rouco…
A humanidade
unge a palavra com unguentos de adornos
e sem quilate de verdade
dá de dote a parasitas indigentes
a volúpia descarnada de uma página em branco.
Façanha edificada de uma pestana!…
Na impotência do trote, do galope dos dias,
o sorriso perpétuo e indecifrável da parábola
desfalece
e subjuga-se
à mentira como néctar !...
Edite Gil
(Registado no IGAC)
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